Eu Vou Pra Rua

Felipe Bertevello / Pedro Vianna

Eu to cansado de ouvir todo dia
Que o Brasil é o país da alegria e ninguém tá feliz.
Pátria amada sempre idolatrada,
Salve, salve Jorge, esse é o nosso país.


Verdes campos de desabrigados, milícias, favelas
Tudo isso é normal
E a manchete me mostra as cenas da próxima novela
Desilusão global


Palmas pro congresso só tem miséria
Um ano de recesso e trinta mil por mês
E a gente aqui calado, apanhando acuado sofrendo a retaliação
Da opção que a gente fez


Aquele tempo já passou, agora não dá mole
Que eu não quero mais ouvir ninguém falar
Aquele tempo já passou, agora o sangue ferve
Eu vou pra rua lutar pelo o que é meu, eu vou gritar


Todo dia alguém explode ou é arrastado de um carro
Enquanto você vai deitar
Num gatilho pode estar seu filho chorando, rezando
Pois não vai mais voltar


Palmas pro congresso só tem miséria
Um ano de recesso e trinta mil por mês
E a gente aqui calado, apanhando acuado sofrendo a retaliação
Da opção que a gente fez


Aquele tempo já passou, agora não dá mole
Que eu não quero mais ouvir ninguém falar
Aquele tempo já passou, agora o sangue ferve
Eu vou pra rua lutar pelo o que é meu, eu vou gritar


Escolha as suas armas, a mente aberta ninguém desarma
Estude e beba, curta sua farra
Escolha um santo, faça sua prece, escolha a estrada, nunca se estresse
Sem hora errada, se você grita ninguém te esquece
Leia seus livros, acenda a vela, ouça seus discos, e diga a ela e a todos do seu lado
Que o seu amor, vale mais de um milhão
Mostre pro mundo que a estrada é longa e o passo é curto, mas se eu voar
Eu abraço o mundo, meu mundo, eu faço render bem mais, por simples opção.


Aquele tempo já passou, agora não dá mole
Que eu não quero mais ouvir ninguém falar
Aquele tempo já passou, agora o sangue ferve
Eu vou pra rua lutar pelo o que é meu, eu vou gritar

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