Nosso País

Carlos Graça Aranha

Nas ruas das cidades a massa anda sem destino
À beira da fatalidade um homem que nunca foi menino
E nos caminhos tão soturnos, a madrugada fria e
trêmula
O vento que atravessa a alma, a morte chega e
teima...


Teima em não largar e se aproximar dos seres dos
viadutos
Teima em destroçar seu povo e servir fiel a seu
corrupto


Nas praças os garotos fumando pedras em cachimbos
Sonhando alimentar a fome daqueles que não comem
Em automóveis reluzentes brilham os anéis e os dentes
Com vidros anti-povo, anti-bala, anti-tudo,
anti-gente...


Essa gente que faz a riqueza aparecer
Essa gente que é fermento pr'a fazer o bolo
crescer...


Uma menina pobre que agoniza em vida
A mãe que corre contra a morte não encontra alguém que
cure a ferida
A multidão que grita ensandecida, sem saber bem o
porquê
Não aprendeu os seus direitos, não lhe ensinaram a
ler


Ler pra que se é mais fácil convencer aquele que não

Convencer que fez o certo do jeito que o povo vê....


É o meu país, o teu país, nosso país, que um dia vai
ser um lugar feliz (Refrão)
O meu país, nosso país, que um dia vai ser como a
gente quis...

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