Parabólicas
Onde foi parar nosso sossego
E aonde tudo isso vai chegar
Acordar todo dia atrás de emprego
Fila pra comer, fila pra pagar
Foi-se o tempo da pesca e da borracha
Se fechava o comércio pra almoçar
E a tal da superpopulação
Não existe mais muro sem pichar
Nossa Zona Franca na UTI
Já tem carro demais pra transitar
E pra acabar de piorar
O caboclo tem que entender
Indexação, globalização, PIB, superávit, IPC
Bolsa, juros, mora diária, DARF, ISS, carga tributária
Quantas ruas vão ter de duplicar?
Já se faz até rebelião
Tem programa local de televisão
"Sou o olho do cidadão"
Exibindo a miséria humana
Pensando na próxima eleição
E já que o futuro é a água
Imagine essa massa baré
Indo pro trabalho de canoa
Engarrafando nossos igarapés
E voltamos pro velho ditado
De que o futuro nada mais é,
Do que a reedição do passado
Então seja o que Deus quiser
(Poluição, superpopulação, violência, corrupção)