Penas
Uma estampa da pampa vai desaparecer
Não tem liberdade e não pode correr
Não pode correr...
A máquina e o homem cortaram distâncias
E léguas de estância não existem mais
Não existem mais...
Nhandu tuas penas, são penas que chegam
Nas tardes amenas as lembranças de um piá
Que apenas queria nas correrias
Roubar-te uma pena pra poder brincar.
Nas grandes cidades vi festa e vi plumas
Enfeitando a vaidade e alegria fugaz
Na loucura da festa luz e esplendor
Na tristeza das penas um grito de dor.
O avestruz do meu pago vai desaparecer
São penas que trago e nada posso fazer
A falta de espaço encurtou o seu passo
E sem liberdade não pode viver.