Saga De Um Miserável
Vou pedir licença pra contar minha história
Quem tá falando aqui é o palhaço caçarola
Nasci em fortaleza capital do ceará
Minha mãe era tão maga não me dava de mamar
Quando eu nasci eu assustava
A enfermeira não sabia onde colocava a frauda
E o doutor gritava, ai!
Aqui nasceu o chupa cabra
Eu fui bem criado foi com caldo de farinha
Eu era tão maguim que de longe via as espinha
Minha rede era armada em duas pernas de linha
Logo com cinco anos comecei a estudar
A professora me dizia caçarola vá pra lá
Você não toma bain, você só fede a gambá
Estava no colégio a aula assistindo
A diretora me expulsava, vá pra casa seu cretino
Você só vem pra cá comer a merenda dos menino
A minha mãe insistia, você tem que estudar
Caçarola fi duma égua você tem que se informar
Não vá ser igual seu pai que deu foi pra roubar
Meu pai era legal mas só vivia na desgraça
Ele morreu inchado de tanto beber cachaça
Mas era o primeiro ladrãozim ali da praça
Antes dele morrer deixou uma geração
Era eu e minha mãe, minha irmã e irmão
Meu irmão hoje é viado, minha irmã é sapatão
Logo com dezoito ano comecei a trabalhar
Para arrumar uma mulher para poder me casar
Não sei se vou ser feliz
Ou se vou é me lascar
Arrumei uma nojenta que morava na favela
Ela só queria ser era artista de novela
Mas era tão magrinha, só se via as costela
Peguei essa nojenta e fui me casar
Chamei logo o padre pra fazer a união
O padre tomou tô susto
Aqui chegou a mãe do cão
Depois do casamento fui morar lá em recife
Antes de quatro mês ela me tacou-lhe um par de chifre
Foi embora com um pernambucano
Eu fiquei foi muito triste
Voltei pra fortaleza puxando a cachorrinha
Comecei beber cachaça na praça da lagoinha
Tentando esquecer aquela galinha
Eu chorava de tristeza
Abraçado com o lito
Uma cachorra igual aquela eu nunca tinha visto
Posso confessar é uma quenga