Dias Cinzentos, Dias de Vento
Há nestes dias de vento
Pequenos segredos
Numa tarde gris
Minha distante província
De alma fronteira
Debruçada em mim
Em campo aberto, agita-se o palmar
E os velhos habitantes do lugar
Se fazem ouvir
De a cavalo e em pêlo, lá se vão
São guerreiros, ameríndios, lanças na mão
Juro que eu vi
Há nestes dias de vento
Pequenos segredos
Numa tarde gris
O verso que ora lamenta
É um sentimento
A se repetir
E as ruas solitárias da província
Insinuam-se pra'o vento, em cada esquina
Ele não vê
Nas calçadas a lo largo, una llovisna
Cai co'a tarde, quando as casas se iluminam
Num renascer
Ah, vento louco
Louco, que não
Pára de soprar