Galo Missioneiro
Eu já cantei nas cabritas, sacudi os guabijús
Dancei com changa gasguita, escapei de sururu
Desatei tope de fita, tirei caroço de angu
Sem nunca perder de vista o velho estilo xirú
O meu canto, eu justifico nanando China bonita
Nas bailantas onde fico olhando as flores das chitas
Não boto banca de rico, sou mais arteiro que artista
Porém, onde eu abro o bico, outro galo abaixa a crista
Por isso trago do Jaime
As bandeiras e os cavalos
Do Apparício, o Rio Grande
Neste meu timbre de galo
Eu tenho faixa no cós d'uma bombacha baguala
E um lenço cheio de nós da mesma color do pala
Os galitos carijós batendo as asas na fala
Porém, onde eu solto a voz, até canário se cala
Não gargareja cristal quem tem a garganta roca
Mas meu canto regional tem som de madeira tosca
Não me encolho pra cardeal, rouxinol é coisa pouca
Por que o Rillo e o Braun versejam na minha boca
Por isso trago do Jaime
As bandeiras e os cavalos
Do Apparício, o Rio Grande
Neste meu timbre de galo
Por isso trago do Jaime
As bandeiras e os cavalos
Do Apparício, o Rio Grande
Neste meu timbre de galo