Estrela de Papel
Faz tanto tempo
Que as estórias que eu invento
Vão bailando pelo vento
Se espalhando sem parar
Tem uma estória
Que recorta a geografia
Retratando a valentia
De um Rodrigo Cambará
São tantos contos
Que contei pra tanta gente
Mas me sobra um continente
E outros tantos pra contar
Vieram: Clarissa
Ana Terra e Bibiana
Cada estória é o céu que chama
Convidando pra voar
Sou viajante
Que revoa sempre arriba
Entre as curvas mais compridas
Desenhadas pelo céu
Sou viajante
Irradiando meus motivos
Pois a luz de cada livro
É uma estrela de papel
Contando estórias
Pelo mundo fiz de tudo
Fui Fandango, fui Licurgo
Santa Fé foi meu destino
Virei a folha
Misturei morte com arte
E cheguei, Pedro Mascate
Aos portões do chão divino
Um outro Pedro
Que cuidava da passagem
Revisou minha bagagem
E as estórias descobriu
Contas um conto?
Perguntou meio sorrindo
E eu contei um conto lindo
Que na Terra ninguém viu