Feito As Ramas da Videira
Hoje a lua enternecida debruçou-se na janela
Meus sonhos ganharam vida correndo ao encontro dela
Hoje os sinos das igrejas e as bandeiras dos castelos
Pintaram novos matizes de um horizonte mais belo
Hoje os perfumes das flores tomaram os corações
E um potro luziu suas crinas pelas ruínas das missões
Hoje a dama do sobrado sorriu com ar de paixão
E o poeta enamorado sentiu o mundo nas mãos
Quando as asas dos arcanjos cobriram palcos de guerra
Deus estendeu o seu pala abençoando esta terra
Quando a fumaça dos sonhos transcendeu o picumã
O ventre da madrugada pariu o sol da manha
Feito as ramas das videiras a ternura se espelhou
Feitiços da vida inteira que a adaga não retalhou
Mais forte que açoiteira é a alma de um sonhador
Colhendo pelas estrelas ternuras de um novo amor