Floreio pro avô
No colo manso do Avô
Ouvia com atenção
Histórias de campereadas
Causos de revolução
De bailantas e rodeios
E sua grande paixão
Que era escutar o floreio
De uma gaita de botão
Um dia disse baixinho
Toma essa gaita guri
Quando o Vô tiver velinho
Tu canta pra ele dormir
Fechou os olhos sorrindo
Para em seus sonhos levar
A lembrança da gaitinha
Que eu aprendi a tocar
Tava pilchado "a capricho"
Faceiro, mais que borracho
Num tranco firme de macho
Saiu fechando as porteiras
O pala abanando ao vento
Assoviando a vaneira
No colo manso do Piá
Conta a gaita, com emoção
Histórias de campereadas
Causos de revolução
De bailantas e rodeios
E sua grande vontade
De fazer mais um floreio
Que é pra espantar a saudade