Incendeia

Sandro Max

A língua ferina saliva, se torce e cospe
Veneno alheio pro espaço
Fere o próximo e desfaz em pedaço

Sem pena e sem piedade ela distorce e torce
Contra, atropela, liquida
Fere a ferida, machuca na entuca

Na fatura da inveja ela passa a régua
Inventa, aumenta, acrescenta
Colando ou não, pelo menos ela tenta

Pois a força do bem
Pois a força do bem
Ela reprime e oprime com a força da maldade

Cabisbaixo, torto e palhaço, incendeia
Um pouco de escracho pra vida alheia
Fala, escracha, esculacha, incendeia... incendeia

Como um tiro dado à queima-roupa que rouba a vida sem pedir licença
Assim são as palavras ditas com descaso, sem decência
São como balas perdidas num mundo de incoerência

Preciso ouvir palavras que constroem, não palavras que destroem
Evolução da mente
Se desarma, esvazia o pente... palavras matam

Pois a força do bem
Pois a força do bem
Ela reprime e oprime com a força da maldade

Cabisbaixo, torto e palhaço, incendeia
Um pouco de escracho pra vida alheia
Fala, escracha, esculacha, incendeia... incendeia

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