Marginal

Rafael Yamada

Num barraco apertado
Refletindo num espelho
Rosto cansado

Olhando sua 3x4
Pensamento aceso
Se ele vai aguentar o peso

O coração bate na base
A garganta faz o drive
E a cabeça me força a pensar
Em tudo que eu não concordo mas quero mudar

Na marginal
Do ser normal
Um marginal

Da correria diária
De uma vida de sacrifício
Por não ser igual
E o coração a beira do abismo

O olhar vai se apagando
A garganta vai secando
O vazio te dominando
E você pirando

Na marginal
Do ser normal
Um marginal

Tem que se acostumar com o mesmo medo
De ser o descartado com o mesmo efeito
Sentir o ódio pelo seu corpo
Amargando a injustiça ou desconforto

Ninguém pode roubar quem você é
Não pode derrubar sua psiquê
Pare de andar feito uma sombra
Só porque o meio afronta

Determinado a seguir a diante
Muitos conceitos não lhe representam
Ergue a cabeça e segue relutante
Está à margem do restante

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