Raízes Caboclas
No ar, já não vejo papagaios
Até de pião ninguém jamais brincou
Nas ruas, as fogueiras já não dizem nada
Foi o progresso que matou!
Foi o progresso que matou!
O bumbo do meu boi, não bumba nada
Ciranda, cirandinha, já se acabou
Morreu a serenata e a noite enluarada
Foi o progresso que matou!
Foi o progresso que matou!
Os jogos de petecas nos terreiros
O prego afiado já enferrujou
A pira, a baladeira, são águas passadas
Que o progresso carregou
Que o progresso carregou
Agora, tudo corre em disparada
Em busca do progresso enganador
E o homem, bem possesso, não enxerga nada
É a raiz que se soltou!
É a raiz que se soltou!