O Tempo

Reginaldo Bessa

O tempo não é, minha amiga
Aquilo que você pensou
As festas, as fotos antigas
As coisas que você guardou
Os trastes, os móveis, as tranças
Os vinhos, os velhos cristais

As doces canções de criança
Lembranças, lembranças demais
O tempo não para no porto
Não apita na curva, não espera ninguém
Você vem deitar no meu ombro
Querendo de novo ficar
Eu olho e até me assombro
Como pode esse tempo passar

O tempo é areia que escapa
Até entre os dedos do amor
Depois é o vazio, é o nada
É areia que o vento levou

O tempo não para no porto
Não apita na curva, não espera ninguém
O medo correndo nas veias
Deixou tanta vida pra trás
E a gente ficou de mãos cheias
Com coisas que não valem mais

E fica um gosto de usado daquilo que nem se provou
A gente dormiu acordado e o tempo depressa passou
O tempo não para no porto
Não apita na curva, não espera ninguém

Curiosités sur la chanson O Tempo de Reginaldo Bessa

Quand la chanson “O Tempo” a-t-elle été lancée par Reginaldo Bessa?
La chanson O Tempo a été lancée en 1978, sur l’album “Passageiro do Vento”.

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