Devo Não Nego
O trem tá feio tá, tá de doer
Tão me cobrando e eu não tenho nem pro mé
O trem tá feio tá. fazer o quê
Devo não nego, pago quando puder
Eu já nem passo no mercado da esquina
No posto de gasolina e no boteco do seu João
A padaria que é do meu próprio cunhado
Não me vende mais fiado, me cortou o leite e o pão
Se ponho a cara na rua é uma loucura
Todo mundo me procura e já começa a me cobrar
Eu tô vendendo almoço pra comprar a janta
Mas confesso não adianta, não tenho como pagar
E pra que as pessoas não me vejam
Eu só entro na igreja quando a missa tá no fim
Faço minhas preces por ali as escondidas
Mas na hora da saída sempre alguém cobra de mim
Um dia desses fui com 10 reais no bingo
E a mulher do seu domingo assim que me viu chegar
Já foi gritando olha lá o vagabundo
Que deve pra Deus e o mundo, mas tem grana pra jogar