O Silêncio é Resto
Reynaldo Bessa
Logo de manhã a máquina de lavar o piso
Fere o meu ouvido
A ambulância e o carro de polícia
Passam velozes num só zumbido
E na esquina a britadeira treme
Um carro corre Um skate cruza o asfalto
Uma criança chora, um menino berra
E uma senhora fala alto
Os alarmes dos carros disparam
E as pessoas não mais se ouvem
O carro do gás é demais
Me faz odiar até Beethoven
Ao mesmo tempo alto falantes
Buzinas, badernas, vozes e TV's
Tudo é barulho, tudo parece ruir
Sem ninguém ver