Quem és tu, de novo?
Quando a janela se fecha
e se transforma num ovo
ou se desfaz em estilhaços
de céu azul e magenta
e o meu olhar tem razões
que o coração não frequenta
por favor diz-me quem és tu, de novo?
Quando o teu cheiro me leva
às esquinas do vislumbre
e toda a verdade em ti
é coisa incerta e tão vasta
quem sou eu para negar
que a tua presença em arrasta?
Quem és tu, na imensidão do deslumbre?
As redes são passageiras
as arquitecturas da fuga
de toda a água que corre
de todo o vento que passa
quando uma teia se rasga
ergo à lua a minha taça
e vejo nascer no espelho mais uma ruga
quando o tecto se escancara
e se confunde com a lua
a apontar-me o caminho
melhor do que qualquer estrela
ninguém me faz duvidar
que foste sempre a mais bela
por favor, diz-me que és alguém, de novo