Penúltima canção da estrada
Vou pra onde qualquer carona me levar
Se eu chegar por lá já vou ficando
Porque nada mais me prende a nenhum lugar
Barba branca, roupa surrada, flauta de bambu
Eu vivo assim faz mais de 30 anos
Sou feliz porque não faço planos
A guitarra eu já vendi faz tempo e comi dois meses com o que me rendeu
Mas o som que tava nela hoje ainda é meu
Porque o sonho que eu sonhava ainda sei sonhar
Quantos filhos eu botei no mundo e o mundo se encarregou de criar
Cada um deles é mais velho do que eu nunca fui
Preocupados mais com o lucro que com o luar
Dizendo que o mundo não precisa mais mudar, oh, não!
Só eu sigo o vento pra onde o vento me soprar
Cada estrela é uma velha amiga me fazendo companhia onde eu me deitar
Qualquer dia eu chego ao derradeiro Katmandu
Pra viver eternamente sem pecado, soprando a flauta de bambu