Porto da Pedra - Samba-Enredo 1997
Outra vez o Tigre mostra as garras na avenida
E doido pra ganhar o carnaval
Faz parecer bem natural
A loucura que é essa vida
Nem todos os que aqui estão são loucos
Nem todos que são loucos, aqui estão
Neste reino da insanidade
A teimosia e a vaidade dão as mãos
E Dona Maria, primeira até no nome
Há de encontrar Napoleão
Assombrando a ópera em Paris
Um compositor fantasma condenado à solidão
O mal que era apenas aparente
Foi tomando a sua mente
Fruto do destino e da discriminação
Feito o galante Dom Quixote
Que a loucura idealista fez lutar até a morte
Raul, maluco beleza, há dez mil anos atrás
Já dava adeus a tristeza, pregando
O amor e a paz
Menino maluquinho pela idade
Do cinema até é tema, louca é toda criança
Nijinski, bailarino incomparável
Com certeza incurável na loucura pela dança
Tão louco quanto Bispo do Rosário
Fez do mundo um inventário para doar ao criador
Eu vi sair, de um pavilhão em São Gonçalo
Loucuras vindas de imaginários
Tão loucos quanto os que a gente já cantou
Eu canto, eu pinto, eu bordo
Sapucaí é a tela
Porto da Pedra enlouquece a passarela