Lisboa e o Tejo

Mário Rainho

Lisboa também tem um namorado
E também tem ciúmes, como nós
Lisboa, quando sofre canta o fado
Com um soluço triste em sua voz

Lisboa é namorada delicada
Vaidosa e orgulhosa de assim ser
Lisboa fica às vezes amuada
Se o seu amor, amor não lhe oferecer

Chama-lhe marinheiro, fala dele na rua
E sente ciúme dos olhos da lua
Chama-lhe marinheiro sem rumo nem rota
Sempre atrás das asas de alguma gaivota
Ele numa onda atira-lhe um beijo
E assim namoram, Lisboa e o Tejo

Lisboa tem arrufos com o namoro
Se o vê fazer olhinhos às estrelas
E então vai mirá-lo ao miradouro
Que não vá o diabo tecê-las

Lisboa, quando desce uma colina
P’ra namorar com ele toda se enfeita
Lisboa veste saia de varina
Para ouvir os piropos que ele deita

Chama-lhe marinheiro, fala dele na rua
E sente ciúme dos olhos da lua
Chama-lhe marinheiro sem rumo nem rota
Sempre atrás das asas de alguma gaivota
Ele numa onda atira-lhe um beijo
E assim namoram, Lisboa e o Tejo

Chama-lhe marinheiro, fala dele na rua
E sente ciúme dos olhos da lua
Chama-lhe marinheiro sem rumo nem rota
Sempre atrás das asas de alguma gaivota
Ele numa onda atira-lhe um beijo
E assim namoram, Lisboa e o Tejo

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