Visão Nova
Selma Gillet
Aquela visão nova que tive de um velho jardim
Aquela leveza do riso
Aquilo tudo que já existia, mas eu não via
E aquela primeira visão
Aquela primeira emoção
Aquela primeira vez
Foi a última vez
Um selvagem na cidade
Ser recém-nascido
A descoberta da mão
O não-sentido da palavra
A não-cor de cada imagem
A impossibilidade do ser
Falo da confusão correta
Da mistura inconfusa
De nós
Do que não somos nem seremos
Rimos juntos muito
Mas o mundo nos pariu de vez
E o caminho nunca se fez
Sou eu (de novo)
Olhando (pela primeira vez)
Pra você, amor