Em Dias Consecutivos
Seis horas da tarde
E a cidade muda de botão
Outra velocidade
Uns querem ir e outros por enquanto não
Esperam por namoro ou profissão
E há quem deles saia agora
Em contrapé, em contramão
A fazer mais depressa o passo
E largo o pé
A vida ao pé da nossa antiga vida
E a fugir da mão
Seis horas da tarde
O morto e o vivo mudam de prisão
Ainda ela se evade
Anda o acaso rente à grande multidão
Uns desempregados outros não
Mas todos a quererem mudar
De galanteio, de função
Mudar de pele vê-la nascer
Um novo ser
Um novo crime ainda a cometer
E o sangue já na mão
Uns de nós ainda mortos
Uns de nós ainda vivos
Adiantados e atrasados
Em dias consecutivos
Em dias consecutivos
Uns já mortos
Uns já vivos
Há quem tema e quem suporta
O olhar de frente e o olhar de lado
E outra vez à sorte
E a cerrar os olhos
E a sabê-los vivos
E a abri-los na morte
Em dias consecutivos
Seis horas da tarde
E a cidade muda de botão
Outra velocidade
Uns querem ir e outros por enquanto não
Esperam por namoro ou profissão
E há quem deles saia agora
Em contrapé, em contramão
A fazer mais depressa o passo
E largo o pé
A vida ao pé da nossa antiga vida
E a fugir da mão
Uns de nós ainda mortos
Uns de nós ainda vivos
Adiantados e atrasados
Em dias consecutivos
Em dias consecutivos
Uns já mortos
Uns já vivos
Há quem tema e quem suporta
O olhar de frente e o olhar de lado
E outra vez à sorte
E a cerrar os olhos
E a sabê-los vivos
E a abri-los na morte
Em dias consecutivos