O Filho Pródigo
Meditou, escolheu
Conquistar terra e mar
Que a visão fosse alcançar
Levantou e pediu
Tudo o que era seu
Colocou pé na estrada
Deu vazão aos sentidos
Descobriu mil amigos
Alimentou a emoção
Evitou os perigos
Esqueceu os conflitos
Ignorou a razão
Conheceu novas terras
Desfrutou todas elas
O que o dinheiro comprou
Conviveu com aquelas
Alegrias etéreas
É que o dinheiro acabou
E voltou sem vintém
Sem amor, sem ninguém
Sem pra onde erguer o olhar
E lembrou (de seu pai)
Quis partir (pra viver)
Pra pedir (com pesar)
Seu perdão
Colocou pé na estrada
Retornou de bom grado
Consciente do fato
E o viver que traçou
Não foi recompensado
Mas tem belo retrato
E foi assim que enganou
Avistou no caminho
A sorrir sem recato
O pai que há tanto deixou
E o abraçou com carinho
E esqueceu seu passado
Pois desde sempre o amou