Violões Em Funeral
Vila Isabel veste luto
Pelas esquinas escuto
Violões em funeral
Choram bordões!
Choram primas!
Soluçam todas as rimas!
Numa saudade imortal
Entre as nuvens escondida
Como de crepe vestida
A Lua, fica a chorar
E o pranto
Que a Lua chora
Goteja, goteja agora
Nos oitis do Boulevard
Adeus cigarra vadia
Que mesmo
Em tua agonia
Cantavas para morrer
Tu viverás na saudade
Da tua grande cidade
Que não te há
De esquecer
Adeus poeta
Do povo
Que ressuscitas
De novo!
Quando na morte
Descambas!
Sinhô, de pele mais clara
No qual o Senhor encarnara
A alma sonora
Dos sambas
Toda a cidade soluça
Comovida se debruça
Junto o caixão
De Noel
Estácio, Matriz, Salgueiro
Todo o Rio de Janeiro
Consola Vila Isabel