Sistemático
Financeiramente pobre, a renda é fio de cobre
Descobre desde 89 com espírito nobre
Mesmo que não sobre me mantenho sóbrio
Apenas um micróbio desmembrando rimas
Várias esquinas, entre vários manos e minas
Sempre equilibrado pra manter a coisa fina
Então desbaratina, cigarro e cafeína, meus vícios
Pra deixar o clima propício, e é isso
Travando conflitos paranormais
Me sinto como um touro numa loja de cristais
A milhão, me perco em pensamentos obscuros
Na lata o fatcap, play no rap e tel no muro
Pró-ativo, vejo um sistema falido, corrompido
Que é pra ver o meu povo fodido, foragido
Me livro das grades da babilonia
Sou assombração urbana, tio, eu tenho insônia
[ refrão ]
Riscando, remando e rimando, meio complexo
O sangue na veia pulsando, é meu anexo
Escrevo com trem balançando, mas eu não paro
Os cães farejam medo e nunca me encontraram
Sou sistemático, colecionador do óssio
Mostre sua cara, me diz qual seu negócio
O meu é fazer rap sobre quatro rodas
Aquele que desde pivete te incomoda
Ariano, de gênio ruim e fim
Mas sei que marcianos ficam olhando pra mim
Analisando a vida de um suburbano
Que une história em rimas e sai por ai cantando
Saco um do maço, brigo por espaço
Passo o que passo a cada passo que eu traço
Não me entrego, a todas as telas melancólicas
Outros se aprisionam como antes parabólicas
Comendo a lavagem do horário comercial
Alimento a minha mente com a semente natural
Numa mesa de bar, numa esquina esquecida
Eu falo sobre rap, originalidade e vida
O flow flutua, isso é a rua, é de cultura essa é a cura
No desbaratino quando passa a viatura
Leio livros, me livro da ilusão da tv
Pois quem não lê, mal fala, mal ouve, mal vê
[ refrão ]
Riscando, remando e rimando, meio complexo
O sangue na veia pulsando, é meu anexo
Escrevo com trem balançando, mas eu não paro
Os cães farejam medo e nunca me encontraram