Bivar (O Seníl)

Gilmar Moura / Paulo Rossglow

Eu vejo aguando as plantas
Molhando os filhos nus, entre malas prontas
Girassóis ele janta
É Bivar que veio do sul


Vem pelas tardes frias
Na borda de uma nau, que surge lá do sal
Bivar deu muitas voltas
Bivar destroça o mal


Móveis e planos
Muitos anos de memória
Conta a estória dos enganos
Fatos que Bivar, guarda no olhar, enfim
Muitas malas


Quantas janelas tem sua casa!
Asas dentro delas ruflam amarelas
De lá se vê bem mais
Bivar acorda e vai ter outro dia


Eu vejo...


Por lá ganhou abrigo
Correu perigo atrás de ter muitos metais
Até que viu nos figos
A flor do figo em paz


Quantas janelas...


Mudam pessoas de cidade
Novo tempo em cheio sempre nos invade
E quem conhecer Bivar a fundo
Verá outros mundos, num homem só.

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