Depressão

(Verso 1)
Se a sujeira nasce no planalto, imagina as depressão
Tanto lixo nesse asfalto, só reflete a impressão
De que nao vinga plantar, em solo infértil se pá
Nem quando os neto chegar
Vai ter mudança no meio dessa lambança que é andar
Atrás de salário pra, sobreviver igual lixo e morar
Apertado e sem grana, num dá
E nunca deu, a gente nem tem cara, identidade
É só andar pela cidade, ver cultura é raridade
Mas, de que adianta se isso não gera renda?
Tá mais fácil investir na degradação, na venda
Do copo, que e diminui o foco e aumenta a violência
Eu troco, e se eles chama eu topo, e fujo da demência
Onde é cada por si, ok, notas de corte e um carro novo eu sei
Um trampo com plano de carreira também
Aposentadoria, carnaval, viagens, praia bela
Foda-se! quer se afundar em grana, caia nela
E jamais saia dela, afinal quem não quer?
A fila da lotérica é minha nação engatando a marcha ré
Dá volta na quadra, dá volta no estádio
Vai pintando quadro, mostrando a volta pro estágio
Do Coliseu a céu aberto, leões tão pra acabar com quem é esperto
Mas nada acontece, de perto eu vejo o descaso pra falta de teto
Incerto é o futuro de quem tá certo na busca do sonho encoberto
Pela televisão que cega
Pela edução que prega
Mentiras e aquele corrupto que nega
Tá fácil pra ninguém, mas pra consertar quem é que se encarrega?

(Verso 2)
E meu país é um boy embriagado que atropela você
É uma torcida organizada que espanca os menino
Se a justiça é cega, ela pelo jeito deu pt
E doaçao pra pilantra, parece um caso genuíno
Ninguém tá vendo retorno, nosso desânimo é morno
Tão comum é o suborno onde ce faz o contorno
E quem nao faz mais que a obrigação
É considerado herói, e causa transtorno
Porque, é raridade encontrar quem cobra
E quem segue reto nas curvas da malandragem só acaba sobra
Assistindo apertado na pista o camarote lotado
Depois de quatro anos desista, não tem mais ninguém do seu lado
Ninguém, além de você mesmo
Se cobre mais do que o governo pra fugir do meio termo
É nois por nois parceiro, de um em um movimentamos milhões
Quebrando grilhões, libertando escravos de ilusões