Ajoujado À Querência
Me bastam tiras de couro
Pra que eu vá trançando a vida
Campereando atrás do ouro
Seguro as rédeas da lida...
Com as esporas de aço
Vou dominando a potrada
Tudo que pego eu faço
Nunca desisto de nada.
O campo é vida e sustento
Do gauchismo a essência
Com a serventia do tento
Vivo ajoujado à querência
Me bastam sala e gaiteiro
Um índio bom de garganta
Um violão e um pandeiro
Pra sacudir a percanta...
Ganho de meio pescoço
A penca mais disputada
E numa cancha de osso
Chego e levanto a parada.
O campo é vida e sustento...
Me bastam flete e cachorro
Amigos de importância
Gado solto até o morro
Galpão com fogo na estância...
A pilcha bem trabalhada
O rancho e meus apetrechos
Guaiaca sempre recheada
Ao patrão velho agradeço.
O campo é vida e sustento...