Ao Rigor de um Barraco
O favelado sem nada
Mal visto pelo vizinho
É uma ave apedrejada
Que já se perdeu do ninho...
Lhe foi negado o acesso
Ao estudo e profissão
Vive a margem do progresso
Sem direito e sem razão.
A força do preconceito
Traz a injustiça e a dor
Está faltando no peito
Fraternidade e amor.
Favelado e sem destino
Padece e ninguém socorre
Se vê polícia o teatino
Mesmo sem ter culpa corre...
Assiste a cruel ganância
De quem dirige a nação
Sucumbe com a esperança
De ver melhor situação.
A força do preconceito...
Leva a carroça no peito
Junta lata e papelão
Vê nessa migalha o jeito
Legal de ganhar o pão...
Pela elite é descartado
Que nem lixo num buraco
Pelas vielas condenado
Ao rigor de um barraco.
A força do preconceito...