O Sangue dos Outros

Vasco Vilhena

[Verso 1]
(Dingue-dingue)
Mas que gancho direito
De cara desfeita o sujeito
Sobe a um canto do ringue
Grita por uivos do público para desmanchar o corpo ao
Adversário
Sangue, choque e repito

[Verso 2]
(Pingue-pingue)
Um calafrio no espaldar
E a corda a esticar
Do nó da garganta
A gravidade puxa o corpo para o chão, sem que este o
Alcance
Sangue, choque

[Refrão]
E permito que me roubem a atenção
Na promessa de alienar sem contenção
E dito que se não me tirarem da realidade
Mudo de canal, pois pago para esquecer o meu suor com o
Sangue dos outros

[Verso 3]
(Sing-Sing)
Canções desprovidas de vida
Letras fortes e despidas
De pudor, amor e atritos
Panados com pão de polpa pretensiosa palrada por parvos
Palhaços, pedantes
Sangue, choque e repito

[Verso 4]
(Ding-dong)
Meios irmãos ou madrastas
Recebem pizzas à porta
Um rácio desproporcional
Uma paixão crua e visceral
Se é sangue que queres, tira a venda dos olhos

[Spoken Word]
A violência que buscas está no que tu fazes
Cada roda dentada de cada acção descortina
Nos pecados que ignoras das rotinas que trazes contigo
E o pior é que não paras, grão a grão, gota a gota
É história a hipótese, de reanimar boca a boca
Mas a tua vida já há muito que foi
Esse projecto onírico sem bases secou
E bem que te projectas contra a cama
Na esperança de buscar a vida que querias
E a ironia é a cereja no topo do bolo desta trama
É o ócio de te deixares estar nos sonhos que crias
Com adoçante na língua a salivar por ambrósia
Paralítico olímpico, mas com esforço em prosa
Vá lá, sorris e reconheces a tua morte na praia
“Para apontar o dedo tão bem, deve ser da mesma laia”
Os meus telhados de vidro eu próprio os estilhacei
Não desfiro golpes por sadismo, só quero o nosso bem
Que a humanidade saia por cima e que caia a sede de poder
Mas se te agrada o encaixe de rima, é porque te deixas entreter
E entretanto, já morreste
Cabidela de ti

Curiosités sur la chanson O Sangue dos Outros de Vasco Vilhena

Quand la chanson “O Sangue dos Outros” a-t-elle été lancée par Vasco Vilhena?
La chanson O Sangue dos Outros a été lancée en 2021, sur l’album “A Poda das Nuvens”.

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