Em Delírio
Meu Deus, ela esqueceu o juramento
Arrancai-me o nome seu do pensamento
O meu pobre coração endolorado
pede cansado compaixão
Conter meu pranto
pra fingir que sou feliz
como dói tanto!
E o coração a palpitar, coitado, ermo
tão enfermo
não tem termo de chorar
Ninguém, talvez nem Deus, conheça a mágoa
que traz os olhos meus tão rasos d'água
A cruz desta paixão ninguém arranca
da sepultura branca do meu coração
Minh'alma que não molda em ansiedade
desfolha uma grinalda de saudade
Saudade de um desejo que não morreu
Saudade de um beijo que ela não me deu
Eu tenho nos meus ais adoretados
a tristeza dos rosais abandonados
Glorifico a minha dor, ai dor bendita
quase infinita neste amor