Moda do Japonês
Dia oito de dezembro, ai
O dia da Conceição
Imaginei o dia inteiro
Fiz a consideração
Pra inventar esta modinha
Pra cantar na afinação
Só eu morrendo primeiro, ai
Pra depois eu larga a mão
Quando eu lembro deste fato, ai
Até meu corpo arrepia
Nem não gosto de alembrar
Quando no jornár eu lia
Da morte deste menino
Por roubá uma melancia
Foi morrê tão inocente, ai
O coitadinho não sabia
A morte deste menino, ai
Que foi um grande desastre
Na unha deste assassino
Deste marvado carrasco
Pegaro o menino vivo
Cortaro em quatro pedaço
Furo os zóio e cortô a língua, ai
Cortaro as perna e cortaro os braço
Pobre do pai do menino, ai
Quando seu filho encontrô
Não tava vivo e nem morto
Mais nervoso inda ficô
Pra não vê o filho sofrendo
Pegô seu filho e matô
Na casa deste marvado, ai
Quero mostrá quem eu sô
Ele foi na sua casa, ai
Depois que matô o menino
Ele entrô pra porta adentro
Passô a mão na carabina
Agora daqui por diante
Vô virar um assassino
Eu não sei se eu mato ou morro, ai
Eu vô cumprir com a minha sina
Passô a mão na carabina, ai
Foi na casa do japonês
O quanto vale um brasileiro
Quero mostrar pra vocês
Manobrou a carabina
Sortô bala de uma vez
Era vinte, correu quatro, ai
Ficaro morto dezesseis
Depois do delito feito, ai
Não se importô com mais nada
Ele foi lá na cidade
Participar a autoridade
Pra fazê corpo delito
Vocês leve dois sordado
Também leve uma carroça, ai
Que tem defunto em quantidade