Entrelinhas
Vivendo em um pequeno frame de uma história de tempo imensurável
na velocidade da luz em meu cometa imaginário
perpasso situações, gerações, vários cenários
sensação de amplitude em pleno vôo
tal sentimento que me guia pelos vales mais remotos,
é pronto pra vida quem não teme a própria morte,
prática em desbravar a mata sem contar com sorte
e o que cê tenta me ditar, realmente eu não me importo
sim, meu bom, eu to te ouvindo e entendendo
mas só eu decido como validar minha existência
a verdade absoluta é uma questão irresoluta
e só pelo experimento, lapidamos nossa essência
era da espécie recém-nascida e perigosa,
falsos valores em alta, método suicida,
ordem armada e agressiva
contra drogas proibidas
e químicas nocivas inseridas na comida, é tenso pai!
Eu não dramatizo a queda,
equilibrando no escuro onde o mundo mundano se encontra
e é, a dor é mestra e essencial pra evolução
mas tamanho sofrimento já passou de ser uma afronta
eu vou de (música), catalisadora do abstrato,
inexplicável energia emergida de um outro lado,
chame como quiser, defina a sua forma
pra mim estamos engatinhando por esse espaço
eu sei que to aqui, com idéias em um esboço
correndo no meio do caos com uma pá de pergunta no bolso,
pelo uso da palavra, arma de grande potência
que petrifica se o conteúdo é oco
cansado do discurso tediante modulado,
seu mestrado, doutorado, phd não dizem (nada)
saber e sabedoria, duas coisas distintas
aprendo com a vivência da senhora iletrada
inefável, viajar nas ondas da noite estrelada
beber da poesia, saborear a refrescância
uma jornada em outros tempos por um devaneio lúcido
canções do mar me fazem velejar longas distâncias
O quanto de cor cê enxerga com seus olhos fechados?
até onde consegue ir sem sair do lugar?
o quanto é a lacuna entre o que se diz e o que se faz?
o quanto cê bota essa tua mente pra funcionar?
Há de pelejar, instigar a concentração
raciocinar com precaução em meio a tanta confusão
se você não reconhece a raiz do problema, irmão,
cê tá sem rumo e bem longe da solução,
vivendo um sonho acordado e nesse mundo cinza que me dizem ser normal,
que cheguem os loucos que aqui tá sufoco,
previsão pro tempo tá feia,
a tempestade aproxima e os outros assistindo do porto
no mais tamo aí, intenso e morando no agora
no que for pra somar nesse canto, amigo, é só me chamar,
fico pela área adubando minha mente, minha horta,
regando as flores do quintal, o universo é o meu lar