Tento a Tento

Se confirma a natureza
No ciclo das invernadas
Desde a novilha em tourada
À vaca lambendo a cria

Cruzando a armada do laço
Vai o tempo que lhes digo
Começa curando o umbigo
Pra terminar na sangria

Desde então se arma o laço
Pra o gado que se reponta
E a terneirada por conta
Dispara da cachorrada

Se não pegam nas macegas
Vão aprender na rodilha
Quando o tirão da presilha
Mostra o rumo da armada

Boi criado vai pra faca
Vaca buena pro rodeio
E a tourada faz floreio
Enquanto a boiada engorda

Vez por outra algum matreiro
Por abichado se some
E mede força com o homem
Bem de cavalo e de corda

É um par de aspas pro céu
E o laço pro campo a fora
Corta o rastro e firma a espora
Tinindo a argola da trança

Desde cedo se ensina
Pro gado desses rodeios
Que quem não vem no costeio
O doze braças lhe alcança

De vez em quando na estância
Um pampa vai pro munício
E um campeiro por um vício
Risca o couro a fio de faca

Fica a sangria no pasto
Pra um missal longe das casa
É carne gorda pra brasa
E o couro aberto na estaca

Boi criado vai pra faca
Vaca buena pro rodeio
E a tourada faz floreio
Enquanto a boiada engorda

Depois vai ser tento a tento
Bem parelho e desquinado
É o couro do mesmo gado
Cortando o vento de vez

Quando se abre na armada
Fecha o ciclo no espaço
Desde o terneiro até laço
Pra derrubar outra rês

Boi criado vai pra faca
Vaca buena pro rodeio
E a tourada faz floreio
Enquanto a boiada engorda

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