Vendo Vozes
Amanheço, Nasço, apareço
Quando pequeno começando a me mostrar
Tentando me comunicar e sem alguém pra me ajudar
O silêncio me acompanha e onde quer que eu vá
Com essa incerteza, será que irei mudar
Cresci com esse dilema
Meus Pais pensando ?será que ele tem algum problema??
Será que, será que
Tentava me enturmar mais a minha escola, não é a ideal
Não era nada natural
A TV...
Insiste em não comunicar-se comigo
O deálogo me parece inviável
È sempre lamentável
E então, adormeço vendo vozes que não me dizem nada
Pra você uma noite linda, mais pra mim sempre,
Angustiada
Estou em uma confusão mental, estou cansado,
Desesperado
Pois me deixe ser tratado, como igual
Entardeço, cresço, amadureço
Começo a encontrar pessoas, como eu
As mesmas dificuldades, mesmas ansiedades
As pessoas do mundo deveriam se ouvir mais
Se abrir mais, não ser tratados como animais
Algumas pessoas não se aproximam
Por algum tipo de medo...
Queria que acreditassem mais em mim
Mais enfim
AAAA SE O MUNDO INTEIRO ME PODESSE OUVIR
EU TENHO MUITO PRA CONTAR, DIZER QUE APRENDI
Mas estão sempre entretidas com outros sons
Sons que não são os seus
Pensamentos que não meus
Essa é sempre insana
Urbana condição humana
Anoiteço, aconteço, envelheço
As pessoas do mundo falam todas ao mesmo tempo
O caos sonoro me faz pensar, pensar com lamento
Que estão todas Surdas
Surdas de tanto barulho
Só escuto pedidos de socorro em gritos e murmúrios
E é a capacidade de não ouvir que me mantém ainda
Lúcido no mundo.
Não sei se pra você estou certo ou de repente um
Absurdo
As pessoas do mundo, buzinam, gritam
Mas nunca olham para o lado, quase sempre me evitam
Essa é sempre leviana
Mundana condição humana