Negro Pai Quati

Otavio Reichert, Wilson Paim

NEGRO PAI QUATI

Pagos de Santa Maria! Nas prosas se repetia:
“um feitiço está no ar”. Apareciam esteiras,
cestas, balaios, peneiras, nas estâncias do lugar.

Porém no mesmo postiço, ao reverso algum sumiço,
ferragens de trabalhar. Serra, machado e facão,
se sumiam do galpão. Mistérios pra desvendar.

Mantas de charque, ovelhinha; do poleiro uma galinha,
o cobertor no varal. Mas sempre em contrapartida,
objetos ganhavam vida; perdeu-se o medo afinal.

Dentre as matas, solitário!
Vestia peles, comentários, de ser caipora, zumbi.
Mas sem a barba e couraças, surgiu um negro com graças;
deram o nome: Pai Quati.

Negro dos guapos, decente! Mais um afrodescendente...
Que aportou: Navio Negreiro!
De Rio Pardo o paradeiro; dali se fez liberdade!
Mesmo vivendo em carência,
foi leal na sua essência: cambiou por necessidade!

Mantas de charque, ovelhinha; do poleiro uma galinha,
o cobertor no varal. Mas sempre em contrapartida,
objetos ganhavam vida; perdeu-se o medo afinal.

Pai Quati! Pai Quati!
Pai Quati!
De alma livre na pátria...
No pago Sul foi Zumbi.
Pai Quati! Pai Quati!

Curiosités sur la chanson Negro Pai Quati de Wilson Paim

Qui a composé la chanson “Negro Pai Quati” de Wilson Paim?
La chanson “Negro Pai Quati” de Wilson Paim a été composée par Otavio Reichert, Wilson Paim.

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