Nos Campos do Patrão Velho
NOS CAMPOS DO PATRÃO VELHO
Aquela estrela pampeira,
Lembra um cadieiro fervendo.
Luz que oferece dezembro,
Iluminando o quintal.
A égua sorri pro bagual,
No mesmo presépio de osso.
A alma se lança do poço,
Cumprimentando o natal.
Um velho barbudo viaja,
No sonho daquela criança.
Nos bolichos das estâncias,
A venda é farta e tem luz.
E o coração de jesus,
Querendo abraço apertado.
O mesmo mestre louvado,
Ficou estendido na cruz.
Não tenho rena no pátio,
Só tenho o pingo valente.
Filhos e netos presentes,
Vivendo o velho sentido.
Galhos repletos de amigos,
Brilham na árvore da vida.
E a mesma estrela perdida,
Lembra que o mestre está vivo.
Quero um feliz natal gaúcho,
Nos campos do patrão velho.
Paz do sorriso gaudério,
Feito risada de criança.
Ver o cristo da esperança,
Renascendo nos rincões.
Ouvir som dos corações,
Tom de amor em consonância.