Maria da Periferia
Pedro Cariello
Maria vai embora
Pra periferia
Que adora Marias
Não chora, Maria
Nem queira sentir saudades
Dos dias de açoite
Das noites vazias
Não chora, Maria
Que a sua alegria
Há de ter nostalgia
Hei de falar do amor
Ao lhe encontrar um dia
Maria José que cá preferia
Maria Mané, pois já se feria
Maria qualquer da periferia
Não queira surtar em lágrimas
Que a sorte, Maria
Não vem com rimas
Assuma o seu pranto e suma
Que em suma eu hei de lhe cantar
Distante, contente
Arruma a sua sina e a tina
Mas não desatina
Não chora, Maria
Que a minha melodia
Há de lhe achar um dia
Dona do seu andar
E da periferia
Maria José que cá não referia
Maria Mané, pois já não me queria
Maria, mulher da periferia