Jovina do Caritó
Jovina era uma moça com trinta anos de idade
Morena, muito formosa, mas não tinha vaidade
Porém, ela tinha um sonho lindo pra realizar
Quanto mais tempo passava
Ela via o seu sonho colorido desbotar
Seu sonho era se casar como toda jovem tem
Mas pra casar com Jovina não aparecia ninguém
De vez em quando Jovina se olhava no espelho
Apesar de ser morena seu rosto se transformava
Ficava logo vermelho
Jesus tem misericórdia, eu preciso me casar
Não me deixe morrer só
Porque nesse Caritó, Deus me livre de ficar!
Eu já fui no casamento de Corina minha irmã
De Das Dores, de Maria, até Mafalda minha tia vai se casar amanhã
E eu nesse Caritó
Todo mundo se casando, todo mundo festejando
E eu aqui pra titia, to me sentindo tão só
Quando um jovem visitava a sua congregação
De rabo de olho olhava direto na sua mão
Se não tivesse aliança ara grande a emoção
Ela ia lá pra frente e cantava muito bonito
Pregava muito eloquente pois precisava ser vista
E fazer sua conquista pra ser feliz para sempre
Certo dia um rapaz dela se aproximou
Dizendo: “Tô espiando, seu jeito me agradou”
Mas Jovina deu um salto, respondeu ao candidato:
-Mais respeito meu senhor!
Crente só casa com crente, eu nunca lhe vi na igreja
-Me convida que eu vou!
Se é pra casar contigo
Eu posso até ser crente, mas quero ser seu marido
-Se é assim vamos ver, vai ter culto no domingo
Quando fizer o apelo, levante a sua mão
E venha logo sorrindo, te levante e vai pra frente
Receba Jesus na vida e entre nós seja bem vindo
Do jeito que ela ensinou o seu pretendente fez
E começou o namoro antes de fazer três mês
Dizia ela: “Estou amando e vou me casar desta vez”
Dizia pra todo mundo: “Meu namorado é um anjo”
Mas era um satanás só tinha feito um arranjo
Só queria se casar pro verdadeiro diabo poder se manifestar
Foi marcado o casório para dois meses mais tarde
Porém Deus se interviu desmascarando o covarde
Era um namorador, um Don Juan, sim senhor
E Jovina com coragem, olhando para o rapaz
Disse: “Sai da minha vida pra bem longe satanás!
Eu prefiro Caritó, ser titia, morrer só
Do que casada sem paz!”