O Esvaziar E O Transbordar
[Verso 1: DaCruz]
Um trago no meu cigarro, escarro um catarro
Pulmão em prantos, nunca fui santo
Sempre fui pelos cantos, me perdi na noite
Só eu e minha sombra do lado, me senti confuso
Não era um acaso, um caso grave a ser analisado
Pernoitado andando desnorteado, olhava ao redor
E achava tudo um saco e até era
Quando sóbrio percebi a nova era, e vi que parecia uma novela De pessoas fantasiadas fazendo as suas cenas
Sigo um simples poeta que cumpre a meta como objetivo
Na hora do aperto, cê vê quem são os amigos
A decepção faz parte do convívio
Por isso que as vezes até prefiro ficar sozinho, ficar sozinho
[Verso 2: Lessa Gustavo]
É que eu sinto saudades de ontem
Quando ponteiros e números sustentavam dúvidas
Era fácil crer em respostas absolutas
Hoje não mais e a bigorna tem seu peso esmagador
Me distancio da cena porque forçação é bronca
Longe de mim é que noto as mudanças, metabólicas
Antenas parabólicas, e seu sinal não me contam parábolas Nem novidades, Hocus pocus, simbólico lótus
Boia sobre a água de impurezas, incertezas e destroços
Esse é o esvaziar e o transbordar dos corpos e copos