De Patas Pro Ar

Amigo velho, escrevo linhas tortas pra contar
Que as coisas andam de patas pro ar
E eu giro o tempo todo com a cabeça máquinar
Um mundo de absurdos pra cantar.
No jornal só tem desgraças e, mesmo assim,
Temos que ouvir que as coisas melhoraram por aqui
Mas isso eu não vou cantar
Pode alguém não gostar de ouvir

O tempo, velho amigo, alinha as patas
Pra se andar
E todo mundo gira a máquina
Há coisas na cabeça absurdas pra contar,
Por isso eu canto torto oque escrevi

O presente
‘Inda tão novo - ovo passado, mal cheiroso.
É isso o que nos resta pra engolir...

Mas isso eu não vou cantar,
Pode alguém jogar um ovo em mim

De canto com os amigos
Velhas coisas pra contar
Desalinhando as patas desse andar
O mundo vai girando e
Entorna as nossas cabeças,
O tempo é uma absurda máquina
Haja saco pra aguentar tanta paulada
E ainda sorrir no fim
Se existem céu e inferno é por aqui.

Mas isso eu não vou cantar
Pode o dia não clarear pra mim

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