Filosofia de Taura

Guto Gonzalez

Um patrio carnal vermelho
Feitio de pala cortado
E um aba oito temprado
Em ressolana e garoa
O tempo é uma coisa atôa
Pra eu que vivo do basto
Barbicacho um tento gasto
A graxa crua do apêro
E meu poncho e sombreiro
São meu galpão sobre o pasto

Meu mouro, crina encharcada
Se desconfia no más
Atiro o poncho pra trás
Meio sestroso ele bufa
Mas por mim que arrote e tussa
Tenho as cordas pra tirão
Couro grosso nos garrão
De esporear de chiquito
De mi abuelo un bastito
Regalo que fiz rincão

Aos clinudos feito eu
Que a vida quis botar canga
Mais vale o ouro em pitanga
Que a fortuna dos ateus
Afinal! Com ou sem Deus
Tudo termina, se passa
Por isso prefiro a fumaça
De um galpão, junto dos meus

Fiz sarandeio no poncho
Pra tapar o meu pelego
Meu mouro achou sossego
Seguiu floreando a coscorra
Nesta empreitada zorra
Que o pobre vive em mazela
Aperto cincha e barbela
Sigo pensando comigo
Será a vida um abrigo
Que Deus abriu a cancela?

Um patrio carnal vermelho
E um aba oito temprado
Com um bastito arreglado
E o mouro que é um irmão
Faceiro em qualquer fundão
Todo encharcado de pampa
Encontro a verdade santa
Não pode ser diferente
A vida é um galpão pra gente
E o resto, é pura ocasião

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