Canção da Espera
Há muito tempo te espero
Já te adivinho a chegada
Em sonhos e pesadelos
O meu coração tirano afirma que tu não tardas
Sabe, às vezes me acho romântica demais
Demasiado romântica
E me pergunto se a vida é assim emocionada
Ou se é a espera que me faz tão delirante
Quem sabe sou tão antiquada
Por pensar que o amor não presta
Se não for amor galante assim
Tipo capa e espada
Cheio de loucos rompantes
Não, não é isso que eu quero
Quero um homem mediano
Que apenas seja sincero
Que me chame "minha santa"
E me cante um bolero
E, apesar de esfogueada
Eu resista ao seu assédio
Mas depois me entregue
Louca de amor, de gozo
Ah! De tédio
Afinal pouco me importa
Que a expectativa dele
Me deixe boba, parada, confusa
Só quero que me seduza
Porque se não eu emperro
Que conheça a fome
A minha fome
E me apaixone e me tome
E me deixe toda acesa assim
Tipo cama e mesa
Porque ninguém é de ferro