Ave Mautner
ah, a orquídea negra no vento
me fez lembrar do vampiro
nascido em quarenta e um
do som do seu violino
o predileto de xangô
me ensinou cedo o menino
o mal é morrer de medo
o medo não chega perto
de quem viver por inteiro
ah, cresceu da cinza da guerra
me disse sua agonia
a gente então teria
a obsessão de afirmar
a alegria da vida
seu riso antimaldito
traz o ser da tempestade
ó deus da chuva e da morte
com toda a eletricidade
um diamante no umbigo
o kaos com k num panfleto
mais cinco bombas atômicas
vão explodir do teu beijo
onde o delírio trabalha
pra iluminar a cidade
arma a palavra certeira
bate no tã-tã selvagem de cá