Ninguém
Paulo Ricardo
Outra vez às seis
Como quem espera a noite acabar
Pra poder voltar
através do ozonio feito o luar
Pra te iluminar
Mas não vou encontrar
Ninguém
Novamente eu ouço
Todos os recados mais uma vez
Mas só o silêncio
Me responde e diz que esta tudo bem
Feito um canto do além
Eu te escuto e não há
ninguém
Ninguém
Não há ninguém
Não há nunguem
Pelos os dias feito um zumbi
Como se eu não estivesse ali
Pelas noites feito um vampiro
Mas é só a mim mesmo que firo
Eu prefiro assim
Já me acostumei
Com a casa revirada e vazia
Com a solidão
Mas um dia eu vou te telefonar
Vou te confessar
Sem você eu não sou
ninguém