A Moda Martín Fierro

Jayme Caetano Braun / Luiz Marenco

Aqui me ponho a cantar
Ao compasso da guitarra
Que o índio que se desgarra
Nunca mais pode parar
Viver é contrapontear
Na tristeza onde se atola
Sem jamais pedir esmola
Nem carinho, nem perdão,
Pois abrindo o coração
É que o guasca se consola

E adonde venho respondo:
Sou da pampa e do varzedo
Guri criado sem medo
De cobra ou de marimbondo
Eu sei que o mundo é redondo
No seu arrodear sem fim
Índio pobre, e mesmo assim
Me alimento com meu canto
Tantos são donos de tanto
Ninguém é dono de mim

(Talvez por ser prisioneiro
Das ânsias e rebeldias
De andar as noites e os dias
Rondando como tropeiro
Talvez por ser guitarrero
Criado sem protocolo
Desde que mamei no colo
Da mama bugra campeira
Trago a alma prisioneira
Das coisas que vêm do solo)

Enquanto houver um paisano
Que ponteie uma guitarra
Enquanto houver uma garra
No lombo de um orelhano
Enquanto houver um pampeano
Guardando o sagrado estilo
Eu hei de seguir tranqüilo
Sem galopear, não me apuro
Porque quanto mais escuro
Mais claro é o canto do grilo

E quando eu me for, indiada,
Não quero mágoa nem choro
Não vai fazer falta um touro
Há tantos nesta invernada
Um 'Deus te salve', mais nada
Quando souberem: morreu
Já podem saber que eu
Que esbanjei tantos carinhos
Ando a campear nos caminhos
O que eu quis ser e não deu
Ando a campear nos caminhos
O que eu quis ser e não deu

Curiosités sur la chanson A Moda Martín Fierro de Luiz Marenco

Sur quels albums la chanson “A Moda Martín Fierro” a-t-elle été lancée par Luiz Marenco?
Luiz Marenco a lancé la chanson sur les albums “Andarilho” en 1998 et “Identidade (Ao Vivo)” en 2008.
Qui a composé la chanson “A Moda Martín Fierro” de Luiz Marenco?
La chanson “A Moda Martín Fierro” de Luiz Marenco a été composée par Jayme Caetano Braun et Luiz Marenco.

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