O Diário Dos Curados
Eu não me lembro quando foi que ganhei um abraço
Quando olham pra mim, pra trás dão um passo
Eu sei que o meu rosto já não tem a mesma aparência
Fica até fácil entender porque fogem da minha presença
Minha roupa é suja, na rua ando descalço
Quando alguém sorri pra mim sinto que é tudo falso
O desprezo é visível, conhecido em cada face
Quem dizia entra aqui agora diz volta mais tarde
Cê deve tá pensando e perguntando quem eu sou
Apenas um leproso que o mundo abandonou
Mas um dia teve alguém que me olhou diferente
A pessoa mais bondosa que eu já vi na minha frente
Aproveitei, antes dele ir embora
Mestre se quiser me curar, pode ser agora
E com olhar de bondade, com sua mão me tocou
Quero que seja limpo, ele me disse, então me curou
Imagina que momento para aquele leproso
Há quanto tempo ele não recebia o toque ou o abraço de alguém
Indigno do toque do homem, mas digno do toque de Deus
E a mulher adúltera? Ela também gostaria de te contar como foi o momento
Que ela se encontrou com Cristo, ela puxa uma cadeira, senta do seu lado
E te conta mais ou menos assim
Eu era só mais uma no meio da multidão
Ouvi falar do salvador, mas nem fazia questão
De conhece-lo mais de perto e saber o que pensa
Sobre minhas atitudes, qual seria a recompensa?
Enquanto meu marido saia pro trabalho
Eu maquinava traição sem querer saber do resultado
Em outras vezes, saia com homens já casados
Nem sabia o que o futuro havia me preparado
O dia mal chegou, eu fui pega em flagrante
O meu crime: Adultério, desrespeito constante
Ser apedrejada segundo a lei de Moisés
Me arrastaram até Jesus e me lançaram aos seus pés
A acusação dizia que eu tinha uma má conduta
Mestre aí, o que fazer com essa prostituta?
Em uma simples frase, a minha vida salvou
Atire a primeira pedra aquele que nunca pecou
Imagina que momento para aquela mulher irmão
Indigna do amor e da misericórdia dos homens
Mas digna do amor e da misericórdia de Deus
E o aleijado na porta do templo?
Ele também quer te contar como foi o momento que ele se encontrou com Pedro e João
Ele senta do seu lado e te conta mais ou menos assim
Eu era só mais um pedindo esmola na porta do templo
Nessa situação eu tava já não sei há quanto tempo
Tudo o que eu queria era uma simples moeda
Mas a maioria ali tinha o coração de pedra
Diariamente me levavam, me deixavam na porta
E se eu me lembro bem, o nome dela é formosa
Tanta gente da cidade inteira, vinham
Poucos e me davam moedas, outros fingiam que nem me viam
Um certo dia, irmão, próximo a hora nona
Toda vez que eu oro, mano, essa cena me vem à tona
Dois homens chegando, pareciam ter dinheiro
Comecei a pedir até com certo desespero
Um deles me pediu pra olhar em seus olhos
Disse que não tinha ouro, prata ou objetos preciosos
Me estendeu a mão e disse: Levanta
Em nome de Jesus Cristo, o nazareno, anda!
Que momento para aquele aleijado
Ele estava na porta do templo e só queria moedinhas
Mas Pedro e João estavam entrando ali cheios do Espírito Santo de Deus
E devolveu o caminhar daquele homem
Você também tem a sua história de encontro com Cristo
Passe a contar essa história
E você vai ver que assim como essas histórias
Que você acabou de ouvir transformam vidas até hoje
Através da sua história, vidas também serão transformadas
O diário dos curados