Mané Fogueteiro
Mané Fogueteiro era o Deus das crianças, da vila distante de três corações
Em dia de festa fazia rodinhas, soltava foguete, soltava balões
Mané Fogueteiro gostava da Rosa, cabocla mais linda esse mundo não tem
Mas o pior é que o Zé Boticário, gostava um bocado da Rosa também
Um dia encontraram Mané Fogueteiro de olhos vidrados
De bruços no chão um tiro certeiro varava-lhe o peito
De volta da festa do Juca Romão, e como os que morrem de tiro
Conservam, a última cena nos olhos sem luz
Um claro foguete de lágrimas frias, alguém viu brilhar em seus olhos azuis
Tudo são trechos que escuto
Vem dela, pois minha mãe é minha voz
Como será que isto era?
Este som que hoje sim gera sois, dói em dós
Aquele que considera a saudade uma mera contraluz que vem
Do que ficou pra trás
Não, este só desfaz o signo e a Rosa também