Sertão das Águas

Vem e me abraça me leva
Pra beira do igarapé
Mapas escorrem das mãos
Que vão me fazer cafuné
A vida começa agora
Ilhas de mel, são rios de mel
Remansos e correnteza

Sertão das Águas
O amor quando quer é bater e valer
Inunda os dias de sol
Pode chover se quiser

Lá no sertão, quando vem a noite chover estrelas
Pingos de luz, são gotas de luz
Teus olhos na corredeira
Sertão veredas do Grão-Pará

Sertão canoa das populações ribeirinhas
Que vivem dos frutos da mata
E que não podem a floresta ver destruída
Não venha o fogo queimar
Nem trator correr, arrastar
Pra que a vida queira pulsar e correr

Rede que embala o amor
E lambuza de tamba-tajá
Lábios com fino licor
Sede de se lambuzar

O meu pensamento voa
Chega primeiro a minha voz
Cai nos meus braços
Aperta os laços, desfaz os nós

O grito dessas pessoas
No fundo dos seringais
Devia ser escutado
Em Beléns e Manais

Corre nas veias remar e seguir a viagem
Viver só carece coragem;
Esperança que a paz
Reine na floresta

Não venha o fogo queimar
Nem trator correr, arrastar
Pra que a vida queria pulsar e correr

Sertão das Águas
O amor quando quer é bater e valer
Inunda os dias de sol
E pode chover se quiser

O meu pensamento vai
Chega primeiro a minha voz
Cai nos meus braços
Aperta os laços, desfaz os nós

O grito dessas pessoas
Dos fundos dos seringais
Precisa ser escutado
Em Beléns e Manais

Curiosités sur la chanson Sertão das Águas de Milton Nascimento

Quand la chanson “Sertão das Águas” a-t-elle été lancée par Milton Nascimento?
La chanson Sertão das Águas a été lancée en 1990, sur l’album “Txai”.

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