Intraduzivel
Nelsinho Freitas e Diego Zangado
Piso em meu passado
Chão de pedra bruta
Cada passo em falso esfacelam me as lembranças
Chove o céu da boca
O tempo desmancha
Na foz das palavras afoguei ideias ocas
Quis desmoronar
Queres me tingir de estrela em pó
Versos a deriva
Mil fotografias
Num pretérito imperfeito sobram no naufrágio
Desta melodia
Som de mar bravio
Se o arpejo ergue a nota, a onda lhe desmonta
Arquiteto em vão
Argamassa em mim de sangue e sal
Guardo o som desfeito
Solto a minha fera
Para que devore este pudor que me represa
Canto meu segredo
Beijo seus sentidos
Pra que a voz inflame o incêndio de quem ama
Resistir é vão
Não há tradução para o amor